Dor no joelho não é só da idade: artrose precoce cresce entre jovens

Antes vista como um problema típico do envelhecimento, a artrose (ou osteoartrite) tem surgido cada vez mais cedo, especialmente entre jovens adultos com sobrepeso e mulheres que praticam esportes de alto impacto sem orientação adequada. A doença degenerativa, que afeta mais de 12 milhões de brasileiros, provoca dor, inchaço e limitação de movimentos, podendo levar ao afastamento do trabalho e até à aposentadoria por invalidez.

Segundo a reumatologista Emanuela Pimenta, da Clínica Ceder, o aumento dos casos em jovens está ligado a hábitos modernos: de um lado, o sedentarismo aliado à obesidade; de outro, o excesso de exercícios intensos sem preparo prévio ou supervisão. Ambos sobrecarregam as articulações e aceleram o desgaste da cartilagem.

A osteoartrite pode atingir joelhos, quadris, mãos, coluna e outros pontos articulares. Seus primeiros sinais — dor após esforço, rigidez matinal, estalos e fraqueza — costumam ser ignorados, mas é justamente nessa fase inicial que o tratamento é mais eficaz para conter a progressão da doença.

Fatores de risco incluem obesidade, histórico familiar, lesões prévias e desequilíbrios musculares. Estudos internacionais mostram que ex-atletas de elite têm risco significativamente maior de desenvolver artrose, como ilustram casos de esportistas que encerraram carreiras precocemente por conta do problema.

O diagnóstico precoce, baseado em avaliação clínica e exames complementares, é essencial. O tratamento é multidisciplinar: medicamentos, fisioterapia, condroprotetores, viscossuplementação e, em casos avançados, cirurgia com próteses. A Medicina da Dor também oferece novas opções, como bloqueios e terapias regenerativas com células-tronco, que aliviam a dor e reduzem a dependência de fármacos.

A prevenção permanece como a melhor estratégia. Manter peso saudável, fortalecer a musculatura, alongar-se regularmente e respeitar os limites do corpo são medidas simples, mas poderosas. “A artrose não é um destino inevitável da idade — ela pode ser controlada e, em muitos casos, evitada”, reforça a especialista.

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