Novembro Azul também alerta para a retinopatia diabética, uma das principais causas de cegueira

O Novembro Azul vai além do cuidado com o câncer de próstata: é também momento de reforçar a prevenção ao diabetes – doença que afeta 17 milhões de brasileiros. Destes, aproximadamente dois milhões têm o diagnóstico de retinopatia diabética (RD). “A RD é caracterizada por lesões nos vasos sanguíneos da retina, ocasionando sangramentos, inchaços, quadros de baixa visão e até mesmo cegueira irreversível, se não diagnosticada e tratada precocemente”, explica o oftalmologista Frederico Faiçal, da Oftalmoclin – unidade da Opty Rede Integrada, em Salvador.

O médico conta que a retinopatia diabética é uma consequência direta do descontrole glicêmico e o grande perigo é o seu caráter silencioso. “Nas fases iniciais, não há sintomas perceptíveis. A visão pode parecer normal, mesmo com lesões avançadas. Conforme a doença evolui, o paciente pode ter embaçamento visual, manchas escuras no campo de visão e dificuldade para enxergar de perto ou à noite. Nessa etapa, nem sempre há reversão da doença”, alerta Frederico Faiçal.

Público mais vulnerável

A oftalmologista Juliana Ávila, do DayHORC, unidade que faz parte da Opty, afirma que pessoas com diabetes tipo 1 e tipo 2 estão em risco, especialmente aquelas com mais de 10 anos de diagnóstico, glicemia descontrolada, hipertensão arterial, colesterol elevado ou obesidade. “A obesidade é um fator de risco importante, porque está diretamente ligada ao desenvolvimento do diabetes tipo 2, principal causa da retinopatia”, reforça. Ela diz ainda que os homens são frequentemente mais afetados por complicações tardias, pois costumam procurar menos os serviços de saúde, o que retarda o diagnóstico.

Diagnóstico e tratamento

A retinopatia diabética pode ser diagnosticada na avaliação oftalmológica. “É possível fazer o diagnóstico com exames como mapeamento de retina e fundo de olho. Com esses procedimentos é possível visualizar hemorragias, exsudação de lipídios ou neovasos, que são algumas das alterações retinianas relacionadas ao diabetes”, relata o oftalmologista Ricardo Chagas, do Instituto de Olhos Freitas, clínica que faz parte da Opty.

“Quando o assunto é tratamento, em casos moderados a graves, a terapia antiangiogênica, com ou sem laser, é a principal forma de tratar a doença. A fotocoagulação vem como uma coadjuvante. Nos casos mais avançados, a cirurgia vítreo-retiniana deve ser realizada para a retirada do sangramento e/ou colocação da retina na posição correta. Além disso, existem muitas pesquisas na área do diabetes, pois o número de pessoas com essa doença aumenta, exponencialmente, a cada ano. Com o auxílio da tecnologia, existem medicamentos diversos, eficazes e disponíveis no mercado”, garante Ricardo Chagas.

Prevenção

A principal forma de prevenção é o controle rigoroso do diabetes, incluindo níveis adequados de glicemia, pressão arterial e colesterol, aliado a exames oftalmológicos regulares, pelo menos uma vez ao ano. Pacientes que já apresentam algum grau de retinopatia diabética devem ser examinados com mais frequência.

“Mais do que tratar, é preciso prevenir. A retinopatia diabética pode ser evitada ou controlada com diagnóstico precoce, mudanças de estilo de vida e adesão ao tratamento médico. Neste Novembro Azul, o lembrete vai além da saúde masculina; é um chamado para olhar com atenção também para os olhos e para o controle do diabetes”, conclui o oftalmologista Murilo Barreto, da OftalmoDiagnose, da Opty.

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