Ibristofilia: A Doença Social que Romantiza a Violência

O caso do influencer Igor Cabral, acusado de tentativa de feminicídio após agredir brutalmente Ju Suárez com mais de 60 socos dentro de um elevador, chocou o Brasil. Mas o que parece ainda mais inacreditável é a reviravolta macabra que se seguiu: após a divulgação de um vídeo íntimo do agressor, ele recebeu 1.542 e-mails de mulheres interessadas em se relacionar com ele. Sim, você leu certo. Enquanto a vítima se recupera de cirurgias no hospital, o criminoso virou objeto de desejo.

Esse fenômeno tem nome: ibristofilia — um transtorno psicológico que descreve a atração por criminosos, especialmente os violentos. Romantizar um agressor não é apenas um desvio de caráter; é um sintoma perigoso de uma sociedade que, em plena era digital, transforma monstros em ícones e troca a empatia pela vítima por uma fascinação mórbida pelo algoz.

Fama, Crime e a Distorção do Afeto

As redes sociais, quando usadas para o bem, são ferramentas de conhecimento e conexão. Mas, no lado sombrio, amplificam patologias como essa. Como explicar que alguém que espancou uma mulher até a beira da morte receba declarações de amor e propostas de namoro? É a mesma lógica que glamouriza serial killers em filmes e documentários, mas aqui a realidade é mais cruel: o próximo alvo pode ser qualquer uma dessas pessoas que hoje lhe enviam cartas apaixonadas.

Alerta Vermelho: Isso Não É Normal

Essas 1.542 mulheres (e eventuais homens) que buscaram contato com Igor Cabral precisam de ajuda urgente. Ibristofilia não é “gosto excêntrico”; é um distúrbio que coloca vidas em risco. Quem sente atração por um agressor está, conscientemente ou não, compactuando com a violência — e pode virar a próxima vítima.

A Vítima é Ju Suárez, Não o Seu Agressor

Enquanto discutimos o caso, Ju Suárez enfrenta dores físicas e traumas emocionais. Se não fosse a intervenção de terceiros, ela estaria morta. E esse é o ponto central: não há justificativa, não há romantização possível para um crime tão brutal. Quem defende ou deseja um criminoso como Igor Cabral está alimentando uma cultura que normaliza a violência contra mulheres.

Conclusão: Tratar a Doença, Não o Sintoma

Igor Cabral deve responder na Justiça — e quem o idolatra precisa de tratamento psiquiátrico. Às vítimas, solidariedade; aos agressores, punição. E à sociedade, um lembrete: quem glamouriza o monstro pode acabar em suas garras.

P.S.: Se você conhece alguém que “justifica” ou se atrai por criminosos violentos, mostre este texto. Às vezes, um choque de realidade salva vidas.

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