Choques em Torneiras e Eletrodomésticos: Sinal de Perigo e Falta de Aterramento na Instalação Elétrica

Você já levou um choque ao tocar em uma torneira, geladeira ou outro aparelho metálico? Esse fenômeno, conhecido como tensão de toque, ocorre quando há vazamento de corrente elétrica devido a falhas no isolamento ou falta de aterramento adequado. O problema, longe de ser apenas um incômodo, representa um risco grave à vida, conforme alertam especialistas e normas técnicas.
O que diz a lei?
Desde 2006, a Lei Federal nº 11.337 (atualizada pela Lei nº 12.119/2009) exige que todas as instalações elétricas residenciais e comerciais tenham tomadas de três pinos e condutores de aterramento. A ABNT NBR 5410, norma que rege as instalações elétricas de baixa tensão, determina que todas as edificações devem ter sistema de terra, incluindo as construídas antes da vigência da lei.
Riscos em locais públicos e para animais
O perigo é ainda maior em shoppings, escolas, teatros e cinemas, onde a circulação de pessoas é intensa. A ABNT NBR 5419, que trata da proteção contra descargas atmosféricas (SPDA), adverte sobre os riscos de tensão de toque e passo – voltagens perigosas que se formam no solo ao redor de para-raios e estruturas metálicas não aterradas.
Além de humanos, animais também estão vulneráveis, principalmente em propriedades rurais com cercas elétricas mal instaladas. Casos de eletrocussão em gado e outros animais já causaram prejuízos milionários devido à falta de manutenção preventiva.
Manutenção anual é obrigatória
A norma exige inspeções anuais no sistema de proteção contra raios (SPDA), mas muitos condomínios e empresas negligenciam essa obrigação. O resultado? Acidentes evitáveis, choques frequentes e, em casos extremos, mortes por eletrocussão.
O que fazer?
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Verifique se sua casa ou empresa tem aterramento.
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Contrate um profissional qualificado para avaliar a instalação.
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Exija manutenção preventiva em sistemas de para-raios e estruturas metálicas.
A eletricidade é essencial, mas sem segurança, vira uma ameaça invisível. Não espere um acidente para agir.
Colunista: Gerson Sampaio.