
Sem pagamento, empreiteiras demitem em massa e ameaçam paralisar obras da Fiol
As obras da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) estão ameaçadas de nova paralisação e demissões em massa por falta de orçamento. O Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada e Montagem Industrial do Estado da Bahia (Sintepav-BA) confirmou, nesta terça-feira (18/3), a demissão de 700 trabalhadores dos 848 que atuam no Lote 2 da obra, com canteiro localizado no município de Ipiaú, no Sul do estado.
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Até aqui, já foram registradas 1.300 demissões nos canteiros em todo o estado e o número pode chegar a 5.868 trabalhadores dispensados, somando-se todos os lotes que passam por problemas.
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Os desligamentos na Fiol demonstram o agravamento de uma crise que vem afetando os empregos no setor de obras públicas na Bahia. Entre janeiro e fevereiro deste ano foi a Enseada Indústria Naval, responsável pelas obras do Estaleiro Paraguaçu, em Maragogipe, no Recôncavo, que demitiu mais de quatro mil trabalhadores e encerrou as atividades do consórcio com 82% das obras de implantação concluídas.
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De acordo com o presidente do Sintepav-BA e deputado federal Bebeto Galvão (PSB-BA), a Valec Engenharia, Construções e Ferrovias, empresa pública vinculada ao Ministério dos Transportes responsável pelas obras, não tem feito os repasses às empresas subcontratadas. “Estima-se que a Valec tenha deixado de repassar entre R$ 180 e R$ 200 milhões a estas empresas”, afirmou, em entrevista ao jornal Correio*.
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Com 1.527 km de extensão, dos quais 1.100 km passam pela Bahia, as obras da Fiol integram o PAC, do governo federal, com investimentos estimados em R$ 6 bilhões. A linha férrea vai ligar Ilhéus, no litoral sul do estado, a Figueirópolis, no Tocantins.
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A expectativa é que a Fiol seja interligada ao Porto Sul, também em Ilhéus, para o escoamento da produção agrícola do Oeste baiano (soja, farelo de soja e milho), além de fertilizantes, combustíveis e minério de ferro.
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PREJUÍZO – Para o superintendente de estudos especiais da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Marcos Emerson Verhine, o atraso nas obras da Fiol significa prejuízo para vários setores, entre os quais destaca como os mais afetados o escoamento do minério de ferro e da produção agropecuária do Oeste baiano.
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Para o presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Júlio Cézar Busato, obras estruturantes como a Fiol, o Porto Sul e a Ferrovia Transnordestina são fundamentais para manter os produtos baianos no mercado. “Precisamos nos tornar mais competitivos por meio de uma logística eficaz”, declarou. As informações são do jornal Correio*.
Postado em: 18/03/2015 – 11:11